Tempo médio de carteira assinada na RMC no pós-crise econômica é de até 2 anos, diz PUC-Campinas | Concursos e emprego em Campinas e região | G1

Tempo médio de carteira assinada na RMC no pós crise econômica é de até 2 anos, diz PUC Campinas
Tempo médio de carteira assinada na RMC no pós crise econômica é de até 2 anos, diz PUC Campinas

O tempo médio de permanência do trabalhador no emprego com carteira assinada na Região Metropolitana de Campinas (RMC) é de até 2 anos, segundo dados do Observatório da PUC-Campinas. Este retrato do mercado formal teve início em 2015.

Estes dados são baseados na Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia.

Para a economista e professora da PUC Eliane Navarro Rosandiski, este curto tempo de empregabilidade é explicada pela estratégia dos empregadores de reduzirem os custos de mão de obra, e manter o negócio girando, já que há grande oferta de profissionais em busca de retornar ao mercado.

A professora e economista Eliane Navarro Rosandiski durante entrevista à EPTV  — Foto: Vaner Santos/EPTVA professora e economista Eliane Navarro Rosandiski durante entrevista à EPTV  — Foto: Vaner Santos/EPTV

A professora e economista Eliane Navarro Rosandiski durante entrevista à EPTV — Foto: Vaner Santos/EPTV

Segundo Eliane, o ideal seria uma permanência, em média, de 5 anos para o empregado ascender no trabalho e ter o tempo necessário para o aprendizado da cultura da empresa, das especificidades e do setor de atuação.

“ No momento em que o trabalhador poderia ascender na carreira era demitido para ser trocado por alguém mais barato. Isso é uma estratégia de redução de custos, mas reflete o momento importante de crise”, explica a economista analisando a situação pelo lado do empregador.

Os dados do Rais 2018, com o raio-x do mercado de trabalho, devem ser divulgados nas próximas semanas. Em relação aos dados de 2017, o relatório aponta que 43% dos profissionais permaneceram até dois anos no trabalho. E que 31% estavam há mais de 5 anos no mesmo emprego.

Os setores onde os funcionários ficam mais tempo são indústria e extrativa mineral, além de serviço público. Aqueles com saídas mais rápidas são comércio, serviços e construção civil.

Permanência no Trabalho em meses

Recebem menos

Ainda segundo o estudo do Observatório da PUC, os relatórios do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) demonstram que os novos contratados recebem, em média, 90% do colaborador demitido.

Esta estratégia também tem outro reflexo negativo no mercado de trabalho, segundo a economista. Ela afeta diretamente o consumo geral e reduz o dinheiro circulando.

“E qual é o drama disso? Você está gerando uma demanda de pessoas com menos capacidade de realização de consumo”, afirma.

Para onde vai a economia?

Se os funcionários estão ficando pouco tempo no trabalho e os novos contratados ganhando cada vez menos, o que pode ser feito para reverter esta situação?

Para a economista Eliene Navarro Rosandiski, existe a necessidade de um pacto de política econômica no Brasil.

“O pacto que eu falo é um pacto de crescimento. Os empresários, os trabalhadores, todos indo na mesma direção. É uma construção política mesmo. Qual o rumo que devemos tomar e todos trabalharem em direção a isso”, comenta ela.

Hoje, segundo ela, a insegurança inviabiliza que sejam feitos investimentos para recuperar o mercado de trabalho.

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