Com juros altos, metro quadrado para aluguel chega às máximas em seis capitais, diz estudo | Economia | G1

Com juros altos, metro quadrado para aluguel chega às máximas em seis capitais, diz estudo
Com juros altos, metro quadrado para aluguel chega às máximas em seis capitais, diz estudo

Com juros altos, metro quadrado para aluguel chega às máximas em seis capitais, diz estudo

Movimento, porém, vem perdendo força com a perspectiva de queda da Selic. Juros em baixa devem favorecer financiamentos e tirar pressão de aluguéis.

Por g1

12/01/2024 00h01 Atualizado 12/01/2024

1 de 1 Leblon chegou a R$ 100 por metro quadrado no custo de aluguel, segundo pesquisa do QuintoAndar — Foto: Eduardo Pierre/g1

Leblon chegou a R$ 100 por metro quadrado no custo de aluguel, segundo pesquisa do QuintoAndar — Foto: Eduardo Pierre/g1

Depois de um estouro nos preços em meados do ano, o valor do aluguel residencial parece ter dado um alívio. Nos dados de inflação oficial do país, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que o subitem teve alta de 3,21% em 2023, abaixo da média do indicador.

A abrangência da pesquisa, contudo, deixa escapar as particularidades de um mercado de aluguel mais quente, nas principais capitais do país. Uma pesquisa do QuintoAndar mostra que a situação nas maiores cidades brasileiras não está equacionada.

No Rio de Janeiro, por exemplo, o famosíssimo bairro do Leblon ultrapassou os R$ 100 por metro quadrado no custo de aluguel pela primeira vez. A Vila Olímpia, em São Paulo, está próxima dos três dígitos, com R$ 95,30.

O Índice de Aluguel QuintoAndar Imovelweb estudou o mercado de seis das principais capitais do país. Além de São Paulo e Rio, estão na lista Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre e Brasília.

Todas as cidades registraram no ano passado o maior valor médio do metro quadrado para aluguel desde o início da série da pesquisa, em 2019. O maior deles é o de São Paulo, com média de quase R$ 60. Veja a lista abaixo.

  • São Paulo: R$ 59,82 — alta de 9,47%;
  • Brasília: R$ 43,46 — alta de 12,24%;
  • Rio de Janeiro: R$ 39,09 — alta de 14,11%;
  • Curitiba: R$ 36,43 — alta de 21,03%;
  • Belo Horizonte: R$ 33,73 — alta de 22,88%;
  • Porto Alegre: R$ 32,12 — alta de 13,83%.

Há, contudo, uma mudança de ritmo de demanda. Segundo o relatório, a alta acumulada em 2023 é menor do que a registrada no ano anterior em metade das cidades.

“A alta demanda, aliada a um movimento de recuperação pós-pandemia, fez os preços do aluguel dispararem em 2023. E o que se viu foi esses valores nas capitais subirem bem mais que a inflação no período”, diz Thiago Reis, gerente de dados do Grupo QuintoAndar.

“Se tem assustado os inquilinos, o alento é que em boa parte das cidades já é possível ver um movimento de desaceleração.”

O principal fator é o ciclo de redução da taxa básica de juros, a Selic. Com juros menores, o consumidor fica mais propenso a entrar em financiamentos, aumentando o estoque de imóveis disponíveis para a locação. Ainda assim, o QuintoAndar projeta um ano aquecido no mercado em 2024.

Preço do aluguel fecha 2023 acima da inflação

Preço do aluguel fecha 2023 acima da inflação

Busca por mais espaço

A pesquisa também corrobora a percepção de que imóveis maiores têm sido mais procurados para aluguel, desde que o trabalho híbrido ficou consolidado entre boa parte das empresas.

Como o g1 mostrou em agosto, quem trabalha nos principais polos empresariais de São Paulo se acostumou a um novo padrão de quintas-feiras agitadas.

Do trânsito nas ruas pela manhã até os bares lotados à noite, é notável como o comportamento de ir ao escritório mudou desde o retorno ao trabalho presencial, após as flexibilizações de protocolos da pandemia de Covid.

Além disso, as empresas apertaram o cerco e passaram a requisitar a presença dos funcionários em mais dias da semana. Isso reforçou o conceito da “semana de deputado”, com preferência por dar as caras às terças, quartas e quintas-feiras.

O modelo demanda que a moradia tenha espaços específicos para a rotina de trabalho nos demais dias da semana. E os resultados aparecem nos dados de valorização de apartamentos com dois e três dormitórios.

“A nova dinâmica de trabalho, com os modelos remoto e híbrido ainda muito presentes, fez com que a valorização de apartamentos maiores ganhasse destaque”, aponta o relatório.

“Se antes os imóveis de um dormitório eram muito mais procurados, por conta da facilidade de acesso aos grandes centros logo após a pandemia, essa realidade tem se alterado.”

Em São Paulo, os imóveis com um dormitório tiveram alta acumulada de 8,42% no ano passado. Já os de dois e três dormitórios valorizaram 11,39% e 12,1%, respectivamente.

A tendência é mais fraca em cidades com oferta mais apertada de novos imóveis. No Rio, por exemplo, os apartamentos de um quarto ainda seguem em uma crescente: alta de 16,29% contra 13,01% para dois e de 13,29% para três dormitórios.

São Paulo

  • 1 quarto: 8,42%
  • 2 quartos: 11,39%
  • 3 quartos: 12,1%

Rio de Janeiro

  • 1 quarto: 16,29%
  • 2 quartos: 13,01%
  • 3 quartos: 13,29%

Curitiba

  • 1 quarto: 24,44%
  • 2 quartos: 20,98%
  • 3 quartos: 16,85%

Belo Horizonte

  • 1 quarto: 14,23%
  • 2 quartos: 26,17%
  • 3 quartos: 23,8%

Porto Alegre

  • 1 quarto: 13,19%
  • 2 quartos: 12,28%
  • 3 quartos: 17,86%

Brasília

  • 1 quarto: 10,4%
  • 2 quartos: 9,64%
  • 3 quartos: 10,67%

Veja também

Anterior Próximo