Dólar sobe e fecha perto dos R$ 5, após inflação acima do esperado; Ibovespa cai | Economia | G1

Dólar sobe e fecha perto dos R$ 5, após inflação acima do esperado; Ibovespa cai
Dólar sobe e fecha perto dos R$ 5, após inflação acima do esperado; Ibovespa cai

Dólar sobe e fecha perto dos R$ 5, após inflação acima do esperado; Ibovespa cai

A moeda norte-americana avançou 0,54%, cotada a R$ 4,9946. Já o principal índice de ações da bolsa de valores brasileira operava em queda na última hora do pregão.

Por g1

08/02/2024 10h27 Atualizado 08/02/2024

1 de 1 Cédulas de dólar — Foto: Pexels

Cédulas de dólar — Foto: Pexels

O dólar teve mais um dia positivo e encerrou o pregão desta quinta-feira (8) em alta. O movimento foi impulsionado por novos dados de emprego nos Estados Unidos e pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, que veio acima do esperado.

Falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e a temporada de balanços corporativos também ficaram no radar.

O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, operava em queda na última hora do pregão.

Veja abaixo o resumo dos mercados.

Dólar

Ao final da sessão, o dólar subiu 0,54%, cotado a R$ 4,9946. Na máxima do dia, chegou aos R$ 5,0010. Veja mais cotações.

Com o resultado, acumulou:

  • alta de 0,53% na semana;
  • ganho de 1,16% no mês;
  • avanço de 2,93% no ano.

No dia anterior, a moeda norte-americana subiu 0,11%, cotada a R$ 4,9679.

Ibovespa

Já o Ibovespa operava em queda na última hora do pregão.

Na véspera, o índice encerrou com um recuo de 0,36%, aos 129.950 pontos.

Com o resultado, acumulou:

  • alta de 2,19% na semana;
  • avanço de 1,73% no mês;
  • e queda de 3,15% no ano.

Entenda o que faz o dólar subir ou descer

Entenda o que faz o dólar subir ou descer

O que está mexendo com os mercados?

Por aqui, o principal destaque desta quinta-feira (8) ficou com o IPCA brasileiro, considerado a inflação oficial do país.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o indicador registrou uma alta de 0,42% em janeiro deste ano. O resultado representa uma desaceleração tanto em comparação a dezembro, quando subiu 0,56%, quanto em relação a igual mês do ano passado, quando teve um avanço de 0,53%.

Com isso, o país tem um IPCA acumulada de 4,51% em 12 meses, e a inflação voltou a ficar acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário nacional (CMN), de 4,5%.

O resultado veio acima das expectativas do mercado financeiro, que esperavam aumento de 0,35% dos preços em janeiro. No acumulado, era esperada uma alta de 4,43%.

Segundo o economista do PicPay Igor Cadillac, além de o resultado ter surpreendido para cima, a leitura também não foi favorável "do ponto de vista qualitativo."

"A piora dos núcleos, quase que generalizada, chama a atenção. Diante disso, há um sinal de alerta para a política monetária, que conversa bem com o balanço de riscos que o Banco Central descreveu na ata [do Comitê de Política Monetária]", disse.

Na semana passada, o Copom decidiu reduzir a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual (p.p.), para 11,25% ao ano.

O colegiado ainda reforçou que novos cortes da Selic devem vir na mesma magnitude nas próximas reuniões, destacando que "esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário".

No exterior, os investidores repercutiram os novos dados de emprego dos Estados Unidos e seguiram atentos a falas de dirigentes do Fed, em busca de novos sinais sobre os próximos passos do BC norte-americano nos juros do país.

Segundo o Departamento do Trabalho norte-americano, houve uma queda no número de pedidos de auxílio-desemprego na semana encerrada em 3 de fevereiro, para 218 mil. A previsão dos economistas era de 220 mil.

Apesar da desaceleração, os dados ainda mostraram um mercado de trabalho resiliente no país e voltaram a reforçar a perspectiva de que o Fed não deve cortar os juros em breve.

Com isso, as apostas do mercado de que a instituição deve reduzir as taxas em março caiu 2,5 p.p. em relação à quarta-feira, para 16,5%, segundo a ferramenta FedWatch, do CME Group. Uma semana atrás, essa porcentagem era de 36,5%.

Diante desse cenário, falas de autoridades do BC dos EUA voltaram a ficar na mira dos investidores. Nesta quinta-feira, o presidente da distrital do Fed em Richmond, Thomas Barkin, afirmou que os dados econômicos norte-americanos "têm sido notáveis em todos os aspectos", mas reforçou cautela.

"Sempre sou cauteloso em relação aos números na virada do ano, pois há grandes ajustes sazonais… Não tenho certeza se vou tirar muito proveito de um único mês", afirmou em entrevista à TV Bloomberg.O banqueiro ainda voltou

Além disso, o banqueiro também voltou a reforçar que o Fed deve ser paciente na análise dos dados inflacionários antes de fazer qualquer alteração em sua taxa básica de juros.

Para o economista da XP Alexandre Maluf, os recentes dados da atividade econômica nos Estados Unidos, e o mercado de trabalho ainda muito resiliente têm motivado o Fed a ser mais "cauteloso em seu discurso".

Essa postura, segundo Maluf, já tem começado a mudar as apostas do mercado sobre quando o BC norte-americano deve dar início ao ciclo de corte de juros — algumas casas de investimento, segundo ele, já começam a prever o primeiro corte entre junho e setembro, por exemplo.

O economista ainda disse que essa mudança de perspectiva sobre os juros dos EUA já mostram alguns reflexos no Brasil, principalmente sobre a taxa de câmbio.

"Mais recentemente vimos um estresse no real e nas moedas emergentes no geral porque essa reprecificação acabou por depreciar esses ativos, em meio à perspectiva de juros mais altos nos Estados Unidos. Mas seguimos fortes na hipótese de que o real deve apreciar para algo em torno de R$ 4,70 ao longo do ano", completou, durante live apresentada pela XP na manhã desta quinta.

As notícias envolvendo as eleições norte-americanas e a agenda de balanços corporativos do dia também ficam no radar, bem como o avanço nos rendimentos dos treasuries (títulos do tesouro norte-americano).

*Com informações da Agência Reuters

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