Excesso de pedidos de indenização por vazamento da Equifax pode prejudicar pagamentos | Blog do Altieres Rohr | G1

Excesso de pedidos de indenização por vazamento da Equifax pode prejudicar pagamentos
Excesso de pedidos de indenização por vazamento da Equifax pode prejudicar pagamentos

Escritório da Equifax em Atlanta, nos EUA. Empresa é a terceira maior firma de gestão crédito do país. — Foto: Tami Chappell/Reuters Escritório da Equifax em Atlanta, nos EUA. Empresa é a terceira maior firma de gestão crédito do país. — Foto: Tami Chappell/Reuters

Escritório da Equifax em Atlanta, nos EUA. Empresa é a terceira maior firma de gestão crédito do país. — Foto: Tami Chappell/Reuters

A Federal Trade Commission (FTC), uma agência reguladora dos Estados Unidos, publicou um alerta dirigido aos consumidores afetados pelo vazamento de dados da Equifax após os pedidos de indenização – calculados em até US$ 125 (R$ 475) – ficarem muito acima do esperado.

Nesse cenário, o resultado seria uma repartição do total previsto no acordo, o que deixaria as vítimas com valores menores, podendo chegar a R$ 0,80 por pessoa.

Para evitar a surpresa na hora do recebimento, a FTC sugere que consumidores optem pelo monitoramento de crédito e identidade em vez da indenização em dinheiro.

A Equifax é um birô de crédito e, como tal, comercializa informações sobre consumidores para que as empresas saibam quem é bom pagador e quem está com o nome sujo. Em 2017, a companhia anunciou que hackers invadiram parte de sua infraestrutura de tecnologia para roubar dados referentes a cerca de 147 milhões de norte-americanos. Os consumidores iniciaram um processo contra a empresa, exigindo indenização.

Em julho, a companhia propôs um acordo de R$ 2,6 bilhões para encerrar as ações na Justiça. Conforme a proposta, os consumidores poderiam optar por uma indenização de até US$ 125 (R$ 475) ou dez anos de serviço de monitoramento de crédito, além de ressarcimento por danos e prejuízos oriundos do vazamento.

No entanto, apenas R$ 1,6 bilhão do total seriam destinados às indenizações. Além disso, o acordo previa que menos de 5% das vítimas buscariam seus direitos.

Mas a FTC explicou que o montante reservado às indenizações é só uma parte desse total, estando limitado a US$ 31 milhões (R$ 118 milhões). O restante destina-se ao ressarcimento de danos. Na prática, se todas as pessoas pedirem essa indenização, sem atrelar o pedido a algum dano, cada consumidor receberá 80 centavos de real, ou 21 centavos de dólar.

Em outras palavras, do acordo inicial de R$ 2,6 bilhões, até R$ 1 bilhão será usado para pagar os advogados causa e custos diversos, R$ 1,5 bilhão deve cobrir prejuízos do vazamento e R$ 118 milhões vão diretamente para o bolso dos consumidores afetados – que são obrigados a optar entre um serviço de monitoramento de crédito ou o risco de receber um valor muito menor que o previsto no acordo.

Nesse cenário, a FTC sugere que os consumidores optem pelo serviço de monitoramento de crédito. Esse serviço, além de ter um custo de centenas de dólares quando adquirido no varejo, acompanha um seguro contra roubo de identidade e auxílio para regularizar a situação do nome em caso de uso indevido dos dados.

Dúvidas sobre segurança, hackers e vírus? Envie para g1seguranca@globomail.com