Golpe dos nudes: 'um enredo, até meio novelesco', diz delegada sobre forma como criminosos agiam | Rio Grande do Sul | G1

Golpe dos nudes: 'um enredo, até meio novelesco', diz delegada sobre forma como criminosos agiam
Golpe dos nudes: 'um enredo, até meio novelesco', diz delegada sobre forma como criminosos agiam

1 de 1 Luciane Bortolleti, titular da 3ª Delegacia de Polícia de Canoas, durante o programa Encontro com Patrícia Poeta — Foto: Globo/Reprodução

Luciane Bortolleti, titular da 3ª Delegacia de Polícia de Canoas, durante o programa Encontro com Patrícia Poeta — Foto: Globo/Reprodução

A delegada Luciane Bortolleti, titular da 3ª Delegacia de Polícia de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, foi entrevistada no programa Encontro com Patrícia Poeta, da Rede Globo, sobre o tema do Linha Direta de quinta-feira (25): golpe dos nudes. Segundo ela, "são um enredo, até meio novelesco", que têm as histórias contadas pelos criminosos que enganaram diversas pessoas e causaram um prejuízo de R$ 5 milhões no Brasil.

O episódio do Linha Direta focou em uma quadrilha do Rio Grande do Sul. Até agora, 140 pessoas foram presas no estado.

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O crime consiste na extorsão de usuários de redes sociais, geralmente homens mais velhos, após o envio de fotos íntimas, na maioria das vezes por jovens mulheres. Depois da troca de mensagens, um suposto parente ou autoridade policial entra em contato dizendo que a jovem era, na verdade, menor de idade. Os golpistas, então, tentam extorquir dinheiro das vítimas para que elas não sejam expostas.

"Primeiro, há essa troca de mensagens, por redes sociais, a jovem se aproxima, pede um convite de amizade. Logo em seguida, começam a trocar fotos íntimas. Conforme vai evoluindo [a conversa], aparece um parente dizendo que ela é menor de idade, com 13, 14, 15 anos. Às vezes, a vítima já deposita dinheiro. Se não funcionar, num segundo momento, aparece uma autoridade policial falsa", explica a delegada.

Ela conta que os criminosos chegavam a montar cenários para simular delegacias e filmar a encenação do momento em que seria feito o registro da ocorrência por pedofilia contra as vítimas de estelionato.

"É muito bem produzido [o golpe]. Tem uma produção por trás. Quem é leigo realmente acredita que é uma delegacia, que é um delegado", contou a delegada Luciane.

Delegacias falsas da Polícia Civil foram descobertas em Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Veja:

Golpe dos nudes: criminosos criam até delegacia fake para exigir dinheiro de vítimas

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Segundo os casos mostrados no Linha Direta, há duas formas de extorsão mais comuns: a primeira, é o golpe da falsa menor; e a segunda, é o golpe da traição. Uma das vítimas, entrevistada sob a condição de anonimato, contou que precisou vender o carro e contrair um empréstimo por conta da exigência constante de dinheiro por parte dos golpistas. Ele perdeu R$ 20 mil.

"A gente pensa que a vida acabou. Dá muita vergonha estar em uma situação como essa. Porque jamais cometeria um crime. Você não sabe o que fazer quando se vê naquela situação", disse.

A delegada Luciane conta que, como as vítimas "ficam transtornadas, sentem muita vergonha e querem resolver a situação na hora", não percebem se tratar de um golpe, o que, para a autoridade policial, há sinais.

"Para um leigo, é realmente difícil. E a pessoa fica muito abalada. Os criminosos se aproveitam disso", contou a delegada.

Como denunciar

A Polícia Civil destaca que nenhum policial liga ou manda mensagens para a exigência de qualquer tipo de valor, para negociar cumprimento de mandados ou deixar de cumprir mandados de prisão. Caso esse tipo de situação aconteça, é orientado que seja feito o registro de um boletim de ocorrência em uma delegacia.

  • Disque denúncia – 08005102828
  • WhatsApp e Telegram – (51) 9 8444-0606

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